Edgar Allan Poe’s “Sozinho” – Poema, Revisão e Interpretação

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Aqui está finalmente uma das minhas revisões literárias prometidas. Escolhi “Sozinho”, pois é o meu segundo poema favorito de Edgar Allan Poe (depois de “O Corvo”), e mais pessoas deveriam lê-lo. Eu postei o poema inteiro abaixo para pessoas que ainda não o leram.

Desde a hora da infância eu não fui
Como outros foram; Eu não vi
Como outros viram; Eu não pude trazer
Minhas paixões de uma primavera comum.
Da mesma fonte não tirei
A minha tristeza; não pude despertar
O meu coração à alegria no mesmo tom;
E tudo o que amei, amei sozinho.
Então, na minha infância, no amanhecer
De uma vida mais tempestuosa foi tirada
De toda a profundidade do bem e do mal
O mistério que me prende ainda:
Da torrente, ou da fonte,
Do penhasco vermelho da montanha,
Do sol que me rodeava
Na sua tonalidade outonal de ouro,
Do relâmpago no céu
Como me passou voando,
Do trovão e da tempestade,
E da nuvem que tomou a forma
(Quando o resto do Céu era azul)
De um demónio na minha vista.

– Edgar Allan Poe

Geralmente, o “Sozinho” de Poe tem um tom bastante melancólico, com um orador que reflecte sobre a sua (ou dela) infância. O orador transmite sentimentos de solidão e não de “encaixe”, e como os sentimentos tomaram qualquer forma ali; positivos e negativos, e como eles tiveram que ser aceitos. As características estilísticas do poema incluem que ele não está dividido em estrofes (ao contrário de alguns outros poemas de Poe, como “Annabel Lee” e “O Corvo”). Há 22 linhas com pares de linhas rimadas com muita repetição no poema, como “como outros”, “eu não tenho”, “eu não poderia”, “do”, que o significado será elucidado mais tarde. Há também imagens e metáforas muito aparentes (particularmente as linhas 8-22) que expressam ainda mais o pensamento do orador sobre a sua vida.

Eu pessoalmente acredito que o orador é o próprio Poe a reflectir sobre a sua vida e a sua infância. Seu pai deixou sua mãe quando ele era muito jovem, e sua mãe morreu de tuberculose quando ele tinha três anos de idade. Ele então teve que viver com uma família diferente – um homem de negócios que queria que Poe tivesse tanto sucesso como ele, embora não fosse isso que ele queria. Poe foi para a universidade por pouco tempo, mas não podia pagar, pois seu pai adotivo não lhe dava dinheiro suficiente. Poe teve então de queimar a sua própria mobília para se manter quente, e mais tarde alistou-se no exército. Quando voltou à sua cidade natal, percebeu que a rapariga que amava estava noiva, e que ele estava sozinho (ou até se casar com Virginia, que também morreu de tuberculose mais tarde).

Nas primeiras linhas, Poe conta como ele tem sido diferente de qualquer outra pessoa; como ele não podia tirar suas paixões de uma fonte comum, e que tudo o que ele amava, ele amava sozinho. Isto poderia possivelmente referir-se à sua paixão pela escrita e literatura e como o seu pai adoptivo não queria que ele fosse um escritor, ou poderia referir-se a outra coisa qualquer. De qualquer forma, ele era diferente de qualquer outra pessoa devido ao seu passado complicado, que o isolou de uma forma ou de outra. A “infância na madrugada” (linha 9) refere-se ao fim de sua infância ou vida, e como ele então veio a perceber que o que quer que acontecesse; bom e mau, ainda o amarrava (ele não podia fazer nada sobre o que acontecia com ele). “Da torrente, ou da fonte” (linha 13) tem duas palavras que se justapõem (torrente e fonte) – o elemento água em dois estados diferentes que diferem completamente um do outro. A imagem representa os contrastes na vida de Poe, como as coisas boas e más acontecem, mas ele tem que vê-las voar por “Do relâmpago no céu, como eu as vi voando” (linha 17-18). Isto também pode ter uma interpretação muito melancólica; uma metáfora de como ele tem que ver as coisas morrerem, ou pessoas a desaparecerem da sua vida (a sua mãe, madrasta, menina que ele amava, esposa, etc.). O céu parece azul, como em tudo na vida parece bom e todos ao seu redor parecem felizes, mas é apenas um demônio na sua visão (linha 19-22); ele não pode desfrutar da vida e não vê o bem. A repetição de “eu não tenho” e “eu não pude” refere-se a como Poe era menos privilegiado que todos os outros, pois ele não tinha uma família real como a maioria das pessoas. Eles servem ao propósito de retratar ainda mais sua desolação e sentimentos melancólicos.

Em conclusão, pode-se dizer que o poema é geralmente muito bem escrito, pois retrata os sentimentos do escritor através de fortes imagens e metáforas. O poema é também uma imagem-espelho dos próprios pensamentos de Poe sobre a sua vida, e que ele tem que aceitar o que quer que aconteça – seja bom ou mau, e que tudo não passa de um demónio no seu ponto de vista. Outra razão pela qual eu gosto deste poema é devido à sua relevância num contexto moderno, já que muitas pessoas não gostam tanto de literatura hoje em dia como gostavam antes da era dos computadores e dos telefones inteligentes. Consequentemente, as pessoas que escrevem ou lêem podem se sentir bastante isoladas (a menos que encontrem um clube de leitura/escrita). Assim, as pessoas podem identificar-se no poema de Poe e a sensação de serem diferentes.

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