Extractivos
Os principais extractivos de madeira de importância prática são a resina de pinheiro e os taninos. A resina é produzida dentro das árvores vivas por células epiteliais (parênquima especializado) que revestem os canais de resina (ver a seção Raios e canais de resina), e sai quando as árvores são feridas. Na colheita da resina, o tronco é normalmente descascado sistematicamente em tiras, e a resina é recolhida em sacos plásticos. Nem todas as espécies de pinheiros produzem quantidades significativas de resina para justificar a colheita; as principais espécies colhíveis ocorrem em países mediterrâneos, Estados Unidos, China, Índia, Paquistão, Indonésia e Filipinas.
A resina produzida como acima é chamada oleorresina e é um exsudado e não um extracto; outros exemplos de exsudados de árvores são a seiva de ácer, que é concentrada para fazer xarope de ácer, e o látex, que pode ser transformado em borracha. A resina, porém, também pode ser obtida como extractiva por destilação da madeira ou como subproduto da polpa (pelo processo alcalino); estes processos dão os componentes da resina: colofónia (colofónia) e terebintina. A produção de resina através da exploração de árvores vivas é uma operação em declínio, mas a polpação oferece a alternativa de derivar os componentes da resina mesmo de espécies como o pinheiro escocês e o abeto Douglas, que não produzem quantidades apreciáveis de resina através da exploração de pinhões. Quimicamente, colofónia e terebintina são ácidos terpenóides e monoterpenos, respectivamente. A colofónia dissolvida em essência de terebintina constitui resina. A terebintina é volátil e, quando se separa da resina, a colofónia sólida permanece. A colofónia é utilizada na produção de papel (como dimensionamento para controlar a absorção de água), sabão, resinas sintéticas, borracha sintética, tintas e vernizes. A terebintina é empregada como solvente industrial e é cada vez mais utilizada como matéria-prima para a fabricação de adesivos, vitaminas sintéticas, perfumes e aromas.
Taninos são substâncias fenólicas contidas na madeira, na casca e em outros materiais vegetais. Entre as principais fontes estão o carvalho, castanheiro, quebracho (espécie Schinopsis), barbilhão (espécie Acacia), pinheiro, e cicuta. Os taninos são extraídos com água ou produtos químicos orgânicos. Existem dois tipos – hidrolisáveis e condensados. Os taninos hidrolisáveis são geralmente misturas de fenóis simples, e a sua decomposição ocorre frequentemente simplesmente em água quente, com a qual reagem para formar outras substâncias. Os taninos condensados são principalmente produtos de condensação de vários tipos e formam precipitados insolúveis. Os taninos são utilizados no curtimento do couro, conservação das redes de pesca e fabricação de tintas, plásticos e adesivos. Os taninos condensados, quando reagidos com formaldeído, formam adesivos que podem substituir as resinas sintéticas na produção de compensados e aglomerados de partículas.
O conteúdo de extrativos de madeira influencia a sua utilização tanto positiva como negativa. Os extrativos conferem durabilidade à madeira, conferem cor e odor, e afetam a pintura, o envernizamento e a adesão de cola. Também podem interferir na fabricação de celulose e papel, causando problemas de piche (contaminação com resina ou outros extrativos) e problemas de branqueamento e aumentando o consumo de produtos químicos, e podem causar problemas de saúde (por exemplo, bronquite, dermatite e outras reações irritantes ou alérgicas nos trabalhadores das indústrias de processamento de madeira). Muitas madeiras tropicais são ricas em extractivos.