Sebastião Salgado, em pleno Sebastião Ribeiro Salgado, (nascido em 8 de fevereiro de 1944, Aimorés, Brasil), fotojornalista brasileiro cujo trabalho expressa poderosamente o sofrimento dos sem-teto e dos oprimidos.
Salgado era o único filho de um pecuarista que queria que ele se tornasse um advogado. Em vez disso, estudou economia na Universidade de São Paulo, obtendo o título de mestre em 1968. Enquanto trabalhava como economista do Ministério da Fazenda (1968-69), ele entrou para o movimento popular contra o governo militar do Brasil. Visto como um radical político, Salgado foi exilado em agosto de 1969. Ele e sua esposa fugiram para a França, onde continuaram seus estudos na Universidade de Paris. Em 1971, em uma missão em Ruanda, como economista da Organização Internacional do Café, ele tirou suas primeiras fotografias e logo decidiu ensinar a si mesmo o ofício. Tornou-se fotojornalista freelancer em 1973.
Durante a década seguinte Salgado fotografou uma grande variedade de assuntos, incluindo a fome no Níger e a guerra civil em Moçambique. Em 1979 juntou-se à prestigiada cooperativa Magnum Photos para fotojornalistas, e dois anos mais tarde ganhou proeminência nos Estados Unidos com uma fotografia fascinante que capturou a tentativa de John Hinckley de assassinar o Presidente Ronald Reagan. Em meados dos anos 1980, Salgado havia começado a dedicar-se quase inteiramente a projetos de longo prazo que contavam uma história por meio de uma série de imagens. Nessa época, ele também estabeleceu seu estilo: fotografias apaixonadas fundamentadas em grande beleza formal e composições fortes, que emprestam um senso de nobreza aos seus súditos frequentemente oprimidos. Ele ganhou o Prêmio Cidade de Paris/Kodak por seu primeiro livro fotográfico, Outras Américas (1986), que registrou o cotidiano dos camponeses latino-americanos. Seguiram-se Sahel: Homem em Angústia (1986), livro sobre a fome de 1984-85 na região do Sahel na África, e Uma Graça Incerta (1990), que incluiu um grupo notável de fotografias de trabalhadores cobertos de lama na mina de ouro Serra Pelada, no Brasil.
Em 1993 a reputação internacional de Salgado foi confirmada quando sua exposição retrospectiva “In Human Effort” foi exibida no Museu Nacional de Arte Moderna de Tóquio; foi a primeira vez na história dos museus nacionais do Japão que as obras de um fotógrafo individual foram expostas. Nesse mesmo ano ele publicou Workers, um retrato épico da classe trabalhadora. Quatro anos depois Terra: A Luta dos Sem Terra foi aclamada pela crítica. A coleção de fotografias em preto e branco tiradas entre 1980 e 1996 documenta a situação dos trabalhadores empobrecidos no Brasil; a obra inclui um prefácio do romancista português José Saramago, bem como poemas do cantor-compositor brasileiro Chico Buarque. Nos anos 90, Salgado registrou o deslocamento de pessoas em mais de 35 países, e suas fotografias desse período foram coletadas em Migrações: Humanidade em Transição (2000). Muitas de suas fotografias africanas foram coletadas na África (2007). Gênesis (2013) reuniu os resultados de um levantamento global de oito anos de vida selvagem, paisagem e culturas humanas não corrompidas pela investida da modernidade e da industrialização.
Em 1998 Salgado e sua esposa, Lélia Wanick Salgado, ajudaram a fundar o Instituto Terra, um projeto que visava restaurar uma porção degradada de floresta tropical em Minas Gerais, Brasil. Ele foi o tema do documentário de Wim Wenders The Salt of the Earth (2015).