Spica: O Binário Perto

Spica é uma estrela binária brilhante, a 16ª mais brilhante no céu noturno da Terra, visível na constelação Virgo do norte. É visível não só pelo seu tamanho, mas também pela sua distância relativamente curta: está a cerca de 260 anos-luz da Terra.

Enquanto a estrela aparece como um único ponto de luz a olho nu, Spica é um sistema binário. Uma estrela, entretanto, é muito mais brilhante que a outra.

O sistema estelar também é uma fonte maciça de raios X, o que abriu um novo entendimento de Spica quando a astronomia de raios X tornou-se proeminente nos anos 60.

Localizando Spica

Spica é um pouco difícil de ser encontrada, então astrônomos às vezes usam outras estrelas para encontrá-la. Começando pelo cabo da Ursa Maior, uma frase comum entre os amadores é usada: “Siga o arco até Arcturus e acelere até Spica.” A localização de Spica é:

  • Ascensão direita: 13 horas 25 minutos 11,6 segundos
  • Declinação: -11 graus 09 minutos 41 segundos

Spica na história e cultura

O nome “Spica” deriva de uma frase latina que diz que Virgo está segurando uma “espiga de grão” ou “espiga de trigo”. Também foi notado e nomeado em outras culturas antigas, tais como árabe, chinês e hindu. A lenda geralmente liga Virgo a Dike, a deusa grega da justiça, e Persephone, a filha de Demeter, a deusa da colheita.

Spica é destacada na bandeira nacional do Brasil, acima da inscrição portuguesa “Ordem e Progresso”. Ela representa o estado do Pará.

A estrela também é mencionada de forma proeminente em uma manga japonesa da década de 2000 chamada “Twin Spica”, uma série que acompanha os estudantes do ensino médio que frequentam uma escola de treinamento de astronautas fictícios.

Spica nos tempos mais modernos

Não foi até a invenção do telescópio que se tornou claro que Spica é uma estrela binária. As duas estrelas orbitam uma à outra a apenas 12% da distância equivalente entre a Terra e o Sol.

As duas estrelas, segundo Jim Kaler, professor emérito de astronomia da Universidade de Illinois, são ambas estrelas de classe B, com a mais brilhante “a aproximar-se do fim da sua vida estável”. De acordo com a NASA, a estrela principal tem aproximadamente o dobro do tamanho do sol e quase 2.000 vezes mais brilho.

Uma vez pensou-se que a variabilidade do brilho dos binários era porque uma estrela passava em frente da outra e escurecia a sua luz.

Mais medidas recentes mostram que é provável que seja porque as estrelas se distorcem uma à outra com a sua proximidade. Elas rodopiam tão perto uma da outra que uma órbita leva apenas quatro dias para ser completada.

Vistas alternativas de Spica

Mais recentemente, o sistema Spica tem sido considerado uma interessante fonte de emissão de raios X. Um artigo de 2007 explorou a ligação entre as emissões de raios X das estrelas e suas fotoesferas, ou a área física dentro das estrelas onde sua energia é liberada como luz.

Outro artigo de 2001 observou que o sistema é “um dos poucos a exibir o efeito Struve-Sahade”, referindo-se a mudanças nas linhas espectrais na estrela menor. As linhas se tornam mais fortes quando a estrela menor se move em direção ao observador, e depois enfraquecem quando ele se afasta.

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